Anfir divulga números

Empresas do segmento de implementos rodoviários computaram crescimento de 29% frente a 2006

A Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir) informa que as empresas do setor comercializaram, em 2007, nos mercados interno e externo 110.126 implementos das linhas leve (carroceria sobre chassi) e pesada (reboque e semi-reboque). O desempenho resultou num crescimento de 29% frente a 2006, com a venda de 85.493 unidades. Em termos de faturamento, o setor tem a perspectiva de encerrar o exercício de 2007 com um valor aproximado de R$ 2,5 bilhões, contra R$ 2 bilhões de 2006.

Segundo o presidente da Anfir, Rafael Wolf Campos, a baixa taxa de juros, o aquecimento da indústria da construção e do setor agrícola, além da economia estável, foram os fatores que mais contribuíram para com o resultado. O diretor-executivo da entidade, Mário Rinaldi, revela que a expectativa era fechar o ano com 10% de crescimento. “Posso dizer, sem errar, que tivemos o melhor desempenho da história, superando marca anterior, obtida em 2004”, diz.

Na linha pesada, foram 40.209 unidades comercializadas, um aumento de 38,6% se comparado as 29.012 vendidas no mercado interno em 2006. Já na linha leve, as indústrias do setor disponibilizaram ao mercado 62.860 carrocerias sobre chassi, computando um aumento de 17,6% se comparado ao ano anterior, período em que foram emplacadas 51.796 unidades.

Do total comercializado, cerca de 70% são de implementos produzidos pelas quatro principais companhias do setor: Randon, Facchini, Guerra e Noma. O prazo médio de entrega é de 60 dias, podendo chegar a 120 dias caso o pedido seja de tanque ou canavieiro.

Exportações

As exportações também apresentaram crescimento significativo. De janeiro a dezembro, a indústria exportou 7.057 implementos da linha pesada. Este volume representou um crescimento de 33% sobre as 5.305 unidades enviadas ao exterior no mesmo período de 2006. Vale lembrar que a entidade não apresenta números de exportação da linha leve, uma vez que os implementos (carroceria sobre chassi) aparecem como caminhões exportados.

Campos revela ainda que os principais destinos são países da América Latina, África e Oriente Médio. “As exportações responderam por 10% de nosso faturamento”, diz. De acordo com o executivo, estes locais são abastecidos por produtos nacionais uma vez que a malha rodoviária apresenta características similares às condições brasileiras.

O Brasil já é o quarto maior produtor mundial, figurando no ranking junto aos Estados Unidos, União Européia e China, primeiro, segundo e terceiro colocados, respectivamente.

Projeções

Para 2008, o presidente projeta um crescimento entre 8% a 10% em volume produzido e em faturamento comparado a 2007. “Considerando que o mercado externo não tenha uma queda significativa neste ano poderemos ter um crescimento até maior do que o esperado. Caso contrário, se houver uma forte retração no mercado norte-americano que venha refletir em outros países teremos um crescimento menor que o projetado”, frisa.

Outros fatores têm condicionado o desempenho da indústria nacional de implementos. O bom desempenho dos mercados agrícola, sucroalcooleiro e construção – que aqueceram o comércio de caminhões e puxaram as vendas de implementos rodoviários –, tanto na linha pesada quanto na leve, foi fundamental para as vendas do segmento.

Para o biênio 2008/2009, Campos anuncia investimentos para elevar em 25% a capacidade instalada nas indústrias. Segundo ele, as 110 mil unidades produzidas em 2007 fizeram com que as empresas operassem quase no limite. “Já há projetos de ampliação, prevendo o aumento da demanda e a chegada ao ápice de produção”, afirma.

Quanto à concorrência externa, o presidente afirma que primeiro será preciso que as empresas estrangeiras modifiquem seus produtos conforme a realidade brasileira. Rinaldi cita um exemplo: “Os produtos americanos são muito bons, mas não estão preparados para operar em nossas estradas”, frisa.

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