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Viracopos registra recorde no volume de importações

Por Redação em 5 de dezembro de 2007 às 17h45 (atualizado em 06/05/2011 às 10h03)

Expansão do sistema de recebimento e despaletização dos equipamentos aeronáuticos (ULDs) é investimento da Infraero para garantir a velocidade das operações nos terminais em Campinas

Outubro entrou para a história do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), como o mês recorde em peso de cargas importadas recebidas em toda a rede Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) com o registro de 14.097 toneladas. Em agosto deste ano, o aeroporto já havia registrado a maior movimentação em importações (12.226 toneladas de mercadorias) desde o ano de 2001 e agora supera novamente o feito. O volume de cargas exportadas no mesmo mês de outubro foi de 10.182 toneladas e, somadas as duas operações comerciais, o total de 24.279 toneladas representa também um recorde no acumulado mensal.

O Aeroporto de Viracopos é hoje um dos maiores portais de entrada e saída de cargas no país. Segundo Hélio Souto Dapena, gerente de Logística de Viracopos, o crescimento das importações deste final de ano está ligado não somente ao aquecimento das vendas do Natal, mas também à valorização do real frente ao dólar – que, no entanto, não prejudicou significativamente as exportações.

A explicação está nos segmentos atendidos pelo aeroporto: com um perfil de importação de partes e peças destinadas principalmente à fabricação de equipamentos aeronáuticos, automotivos, de telecomunicações e informática nas diversas indústrias da região metropolitana de Campinas e das cidades no interior do estado de São Paulo, o aeroporto em Viracopos acaba por receber uma grande quantidade de insumos que, após a utilização nos processos industriais, são novamente transportados para fora do país pelo aeroporto como bens manufaturados.

Essas operações fabris, explica o gerente, foram favorecidas no segundo semestre com a desvalorização do dólar, em oposição à redução nas exportações de calçados e de produtos de baixo valor agregado, prejudicadas em função da valorização do real.

Concentração industrial

Recentemente, diversas empresas instalaram novas plantas na região de olho nas facilidades logísticas propiciadas pelo aeroporto e pela infra-estrutura rodoviária, entre elas a Dell Computadores. “A empresa está instalada no Rio Grande do Sul e inaugurou no mês de maio uma nova planta na cidade de Hortolândia, que está localizada a 20 km do aeroporto”, afirma o gerente. Entre outras companhias com novas operações ou novas plantas na região, Dapena cita ainda a Bosch, que transferiu algumas divisões localizadas na cidade de São Paulo, e as novas fábricas da Foxconn Technology e da Jabil, que atuam na fabricação de componentes para equipamentos de informática e de telecomunicações.

Investimentos

Para suportar a demanda crescente de operações nos terminais de logística do aeroporto, a Infraero investirá em 2008 na atualização do sistema de recebimento e de despaletização de equipamentos aeronáuticos. “Serão aplicados cerca de R$ 12 milhões nessa modernização”, afirma Dapena.

Hoje, as cargas que chegam e saem de Viracopos são transportadas em aeronaves cargueiras e acondicionadas em paletes ou contêineres aeronáuticos (ULD, de unit load device). O sistema que será instalado permitirá acomodar as ULDs em posições de espera e a sua transferência para as posições de recebimento e despaletização. “Atualmente temos 130 posições para recebimento e realização dessas operações; com o novo sistema, passaremos a ter mais 300, todas elas com movimentação automatizada – por meio de tracionamento ou sistema similar – a fim de agilizar o processo de recebimento das cargas e ocupar melhor o espaço físico do terminal”, explica o gerente.

A expectativa da Infraero na aquisição da solução é a de manter a velocidade das operações de recebimento de cargas, disponibilizando-as de forma ágil para a etapa seguinte, na qual é realizado o desembaraço aduaneiro. “Com as cargas distribuídas em diversos equipamentos aeronáuticos, a tarefa de recebê-las e disponibilizá-las aos sistemas de controle da Receita Federal para o posterior desembaraço passou a ficar mais lenta. O novo sistema permitirá compensar a dificuldade das empresas aéreas na consolidação de cargas em uma única ULD, movimentando de forma controlada os equipamentos aeronáuticos sem demora ou gargalos”, explica Dapena.

O processo de licitação para a contratação da fornecedora da solução, que poderá selecionar empresas com sede no Brasil ou no exterior, deverá ocorrer no início de 2008 e as obras têm previsão de conclusão em dez meses. O cronograma de execução prevê o sistema em funcionamento ainda em 2008, em módulos sucessivos, já que o aeroporto continuará a receber cargas durante as obras.

www.infraero.gov.br

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