Porto gaúcho bate recorde histórico, com 12 milhões de toneladas movimentadas
O Porto do Rio Grande (RS) segue a tendência e fecha o primeiro semestre deste ano com um recorde histórico, com 12 milhões de toneladas movimentadas. A operação portuária obteve um crescimento de 15,3% em relação ao mesmo período de 2006, cuja movimentação atingiu 10,4 milhões de toneladas. O último recorde registrado neste porto ocorreu nos seis primeiros meses de 2004, quando os volumes de importação e exportação chegaram a 11,3 milhões de toneladas.
O superintendente do Porto, Bercílio Silva, estima que as projeções anunciam um volume recorde no fechamento deste ano. “Devemos atingir 25 milhões de toneladas, ultrapassando o recorde histórico do porto que era de 22,5 milhões obtidos em 2006”, diz. Esse resultado viabilizará o plano de investimentos, que inclui as obras de modernização do Porto Novo, o aprofundamento do canal de acesso, o prolongamento dos molhes da barra e a ampliação e construção de terminais portuários.
Neste primeiro semestre, as exportações tiveram altas, revelando um índice positivo de 17,5%, com cerca de oito milhões de toneladas processadas. Já as importações, até o momento, registraram um incremento de 11,2%, chegando a 4,1 milhões de toneladas. Especificamente, contribuíram para este resultado a carga geral, com 3,2% de crescimento, os granéis líquidos, com 10,7% e os sólidos, com 23,1%.
As exportações de cereais repetiram o bom desempenho dos últimos tempos, superando quatro milhões de toneladas, um incremento de 21,5%. Vale dizer que o volume de cereais transportados para o mercado externo foi superior à movimentação dos segmentos de carga geral, alcançando um pouco mais de três milhões de toneladas e dos granéis líquidos com resultado próximo a dois milhões de toneladas.
O principal destaque coube à exportação de soja em grão, a carga mais movimentada do porto gaúcho, que atingiu um crescimento de 25%, com 2,1 milhões de toneladas, sendo responsável por mais de 50% de toda a exportação de cereais. E os seus derivados também cresceram. O farelo, por exemplo, registrou cerca de nove mil toneladas, 12,6% maior que no último período, e o óleo atingiu 2,6 mil toneladas, 16,6% a mais.
No entanto, o maior aumento foi obtido com a exportação de milho, com 432,4 mil toneladas movimentadas, registrando um crescimento de 674,4%. O contraponto coube ao trigo e ao arroz, com desempenhos negativos da ordem de 51,1% e 2,3%, respectivamente.
As importações de cereais também cresceram, registrando uma movimentação 16,1% superior, com 589.5 mil toneladas. O maior desembarque foi o do trigo, com um volume de 187,4 mil toneladas, correspondendo a um incremento de 47,8%, seguido pelo óleo de soja com 36,9% e pelo farelo de soja, com 13,1%. Devido ao aquecimento da produção interna, a importação da soja em grão sofreu uma queda de 9%, a maior entre os cereais importados.
A grande surpresa do semestre ficou por conta da movimentação de contêineres, que registrou aumento em relação ao mesmo período de 2006 de 281,4 mil TEUs para 285,8 TEUs. Embora pequeno, o crescimento de 1,5% demonstra a recuperação do setor, que desde março apresentava queda. Neste segmento, o Porto Novo obteve um acréscimo de 143,5%, com pouco mais de 13mil TEUs operados. Já o Terminal de Contêineres (Tecon Rio Grande) registrou queda de 1,2%, movimentando 272,8 TEUs.
O setor que teve a maior alta foi o de veículos, que quase triplicou sua movimentação, passando de 7,1 mil para 20,8 mil unidades, um incremento de 192%. Os responsáveis foram modelos importados da Argentina, totalizando 18,3 mil unidades. Já as exportações de tratores e colheitadeiras cresceram em torno de11%.