Empresa comemorou dez anos de operação
No dia em que comemorou os dez anos do início das operações da malha Sul da antiga RFFSA, em 1º de março de 1997, a ALL (América Latina Logística) anuncia os resultados do exercício de 2006: o EBITDAR (lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de vagões) consolidado da companhia – sem considerar os resultados da Brasil Ferrovias – cresceu 22,7%, passando de R$ 481,8 milhões em 2005 para R$ 591,1 milhões em 2006. A receita bruta consolidada subiu 17,4%, de R$ 1,24 bilhão em 2005 para R$ 1,46 bilhão em 2006.
O aumento total de volume ferroviário foi de 10,6%, totalizando 22 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKU). Esse resultado foi provocado pelo crescimento de 21,9% dos volumes transportados nos fluxos intermodais e de 13,4% no volume de commodities agrícolas no Brasil, além de 5,9% na ALL Argentina, cujo incremento no volume resultou da maior participação de produtos com menor densidade.
“Crescemos significativamente em volume, superando problemas como o protesto de agricultores e o câmbio desfavorável, aumentando nossa participação nas cargas agrícolas nos portos e abrindo novos segmentos industriais”, afirma Bernardo Hees, diretor-presidente da ALL.
O lucro líquido registrado no ano foi de R$ 173 milhões e o lucro líquido consolidado, com todos os ajustes e provisões decorrentes da aquisição da Brasil Ferrovias, foi positivo em R$ 76,1 milhões.
Projetos especiais
No mercado industrial, o crescimento em volumes intermodais ocorreu principalmente em produtos siderúrgicos, cargas frigorificadas e contêineres. No mercado rodoviário, o foco em operações dedicadas garantiu o incremento de 44% no resultado operacional, capturando novos negócios nos segmentos de bebidas (AmBev) e automotivo (Renault).
No Brasil, a empresa formalizou diversos contratos comerciais de longo prazo. Foram inseridos à frota mais de 1.500 vagões, entre novos e reformados, junto a clientes como Bunge, Coamo, Álcool PR, Klabin, Sadia, Votorantim e Ipiranga, além de terminais como o de placas da Masisa, em São Paulo, para contêineres da Standard em Cambé e Cascavel (PR), da Meridian para grãos em Maringá (PR) e a duplicação do Pasa (Paraná Operações Portuárias) para açúcar em Paranaguá (PR).
Na Argentina, embora as safras de soja, milho e trigo tenham sido fracas, o volume da ALL cresceu 6% movido basicamente pela melhoria dos indicadores operacionais e foram fechados contratos de longo prazo com clientes como AGD, Iecsa, Agrenco e Cia. Argentina de Granos.
No país vizinho, merecem destaque também os projetos do novo porto em Zarate, em construção pela Agrenco e com capacidade estática de 150 mil toneladas/ano, e o Terminal de Grãos Guarujá (TGG) no porto de Santos (SP), com capacidade estática de 240 mil toneladas. A construção é uma parceria entre Bunge, Amaggi e ALL.
Brasil Ferrovias
Em maio de 2006, a companhia adquiriu as operações da Brasil Ferrovias, concessão dos trechos Ferroban, Ferronorte e Novoeste. As despesas do processo de reestruturação e os investimentos necessários na recuperação da malha e ativos totalizaram R$ 400 milhões e R$ 120 milhões, respectivamente, entre maio e dezembro de 2006. No segundo semestre do ano passado, já sob a administração da ALL, o EBITDAR da Brasil Ferrovias cresceu 85,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior, passando de R$ 91,9 milhões para R$ 170,6 milhões.
“Embora os indicadores operacionais de segurança, condições de via permanente e confiabilidade de locomotivas ainda sejam bastante inferiores em relação àqueles alcançados pela operação no sul do Brasil, já se começa a ver resultados. Acreditamos que o processo de virada operacional será concluído em dois a três anos”, afirma Hees.
Desde o dia primeiro de janeiro, as malhas Sul e Norte começaram a ser controladas conjuntamente no CCO da ALL, em Curitiba. Todas as metas e indicadores estão integrados e os resultados serão anunciados de forma integrada a partir de agora.
Para dar sustentação ao seu plano de crescimento, a ALL irá investir R$ 500 milhões em 2007 em toda a sua malha. Serão recuperadas 40 locomotivas e 1.800 vagões da frota morta da antiga Brasil Ferrovias, além da troca de 20 mil toneladas de trilhos. A companhia já formalizou contratos com clientes para 65% da sua capacidade de volume no ano na modalidade take-or-pay.