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Maersk projeta retomada acelerada das atividades em 2022

Empresa espera um aumento da capacidade de navios em 22% do mercado mundial
Por Redação em 13 de dezembro de 2021 às 11h41

A A.P. Moller - Maersk anuncia as perspectivas para o próximo ano e faz um balanço de 2021, período, segundo a empresa, ainda marcado pelos impactos da pandemia do Coronavírus. A meta, porém, é liderar a busca por soluções e melhoria da cadeia global de suprimentos.

O presidente da Maersk para a Costa Leste da América Latina, Julian Thomas, acredita em um mercado mais preparado. “Com base nos pedidos feitos atualmente, é esperado um aumento da capacidade de navios em 22% do mercado mundial.” A entrega dos navios está programada para o período de 2021 a 2025, com maior volume em 2023.

Em relação aos contêineres, o executivo destaca algumas ações. “Estamos adquirindo novos contêineres e conseguimos diminuir o tempo que o contêiner leva para sair e voltar do porto, ganhando mais agilidade no processo. Além disso, esperamos que as restrições impostas pela pandemia de covid-19 sejam reduzidas com o aumento da vacinação”, analisa Thomas.

Em se tratando das demandas, o presidente ressalta que o volume deve permanecer nos níveis atuais do segundo semestre de 2021, com previsão de aumento entre 2 e 4% em 2022.

Cenário

Em meio à pandemia a Maersk observa o mercado e define ações. Isso porque, a empresa revela que há cerca de 350 navios de transporte de contêineres em todo o mundo estacionados fora de seus portos designados e sem espaço para atracar. Com 90% do comércio internacional realizado por via marítima, esta questão global não está apenas impactando a importação e exportação, mas também criando gargalos logísticos.

Para compreender totalmente as complexidades da situação, seus impactos e identificar possíveis soluções, a Maersk informa que tem buscado desenvolver a logística global, não apenas em termos de infraestrutura, como também digitalmente e sustentavelmente, tomando o protagonismo na questão da descarbonização e na transformação digital do setor logístico.

Neste contexto, a Maersk tem ido além dos portos, visando o desenvolvimento de uma logística de ponta a ponta, que vai desde a planta produtora até o ponto de venda, integrando todos os processos da cadeia e mitigando os gargalos logísticos.

Desenvolvimento

O presidente da Maersk para a Costa Leste da América Latina, salienta ainda a importância de desenvolver uma integração no setor, pois toda a cadeia logística se compromete quando há um aumento significativo no volume transportado, causando gargalos em todas as etapas. “Se temos um aumento de demanda nos navios, precisamos desenvolver os portos e, consequentemente, o modal ferroviário, que irá transportar a carga para outras regiões. Tudo está interligado”, explica Thomas.

Para atender a necessidade crescente de contêineres, o grupo iniciou uma série de ações para mitigar a escassez e otimizar a logística global. “Disponibilizamos todos os nossos navios e liberamos a capacidade ociosa. Também reforçamos outros meios de transporte como barcaças, trens, caminhões, depots e feeders. Nós também reposicionamos os navios entre as rotas de comércio e portos de modo a obter maior eficiência”, destacao pressidente.

O executivo completa dizendo que o aumento de frete tem impactado os contratos spots. “Os clientes com contratos de longo prazo, por sua vez, têm os seus valores honrados pela empresa. Essa parceria de longo prazo traz mais confiabilidade no serviço, o que beneficia tanto o armador quanto o cliente.”

Thomas explica também que o cenário atual de oferta e demanda fez com que as taxas de frete aumentassem, mas esta não é uma situação de longo prazo nem um cenário bem-vindo para as companhias de navegação. “Com uma lucratividade histórica de apenas 2% - inferior ao custo de capital - as operadoras não podem investir em medidas como capacidade de buffer e projetos de rede mais flexíveis”.

De acordo com ele, é preciso uma nova maneira de ver as coisas, com flexibilidade, agilidade e resiliência atribuindo um valor no custo do produto. “É por isso que, para construir a resiliência necessária e evitar uma situação semelhante no futuro, os remetentes, despachantes e outras partes interessadas precisam perceber que há um custo associado a tornar as cadeias de suprimentos mais resilientes”, pontua.

O presidente finaliza dizendo que esses custos iniciais mais altos resultarão em ganhos significativos de longo prazo para os clientes, à medida que o ecossistema melhora em geral. “Então, o que precisamos fazer é descomoditizar o transporte e criar uma mentalidade de parceria.”

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