Em visita ao Brasil para participar do encontro mundial dos escritórios da Hellmann, o sócio-administrativo Jost Hellmann divulgou os planos da empresa para os próximos meses. A abertura de um escritório próprio e a prestação de um novo serviço estão nos planos da operadora logística, que hoje realiza a importação e exportação marítima e aérea, oferece serviços door-to-door e também o desembaraço com pessoal próprio.
"Nossos clientes esperam que tenhamos em todos os locais o mesmo nome. Precisamos ter a nossa própria infra-estrutura para suprir as suas necessidades e, dessa forma, continuamos assumindo as operações de nossos agentes, em países como Chile, México, Peru e Brasil", afirmou Hellmann. Até fevereiro de 2000, o grupo Hellmann era representado no Brasil pela TTI - Transpacific Transitário Internacional e, nesta data, a Hellmann Worldwide Logistics assumiu as ações da TTI e passou a se chamar Hellmann do Brasil.
Para reforçar a presença no País, será aberta mais uma filial própria em Curitiba, em 2006. "Temos hoje cinco escritórios próprios aqui e a tendência para ser um dos principais players do mercado é substituir os agentes nas localidades principais por escritórios próprios", confirma Joachim Kohl, diretor-presidente da Hellmann do Brasil. Além da matriz em São Paulo, os escritórios estão localizados em Guarulhos, Campinas e Santos (RJ) e Rio de Janeiro.
Com relação aos novos serviços, a empresa deve concluir, no início de novembro, um estudo para avaliar a possibilidade de entrada no segmento dos perecíveis. "A Hellmann tem uma presença forte no mundo neste setor, com um serviço específico denominado Hellmann Perishable Logistics - HPL. Como o Brasil é um grande exportador de perecíveis e a empresa tem nos EUA e na Europa as instalações adequadas, o estudo analisará a possibilidade de entrada nesta cadeia logística", afirma Kohl. A intenção é concentrar as atividades na exportação de frutas e, para fornecer este serviço, já se prevê a necessidade de ampliar a presença no Nordeste, pelo fato destas commodities serem embarcadas principalmente pelas cidades de Fortaleza, Recife e Salvador.
Apesar de a empresa possuir alguns ativos em países como a Alemanha, EUA e China, os planos são de investir em tecnologia e treinamento e continuar sem ativos na maior parte dos países em que está presente: "Vamos seguir trabalhando numa base sem ativos. Quando necessitarmos de serviços para um cliente, como armazenagem, distribuição e transporte interno, as empresas que trabalham conosco farão estes serviços, tal como ocorre nos EUA e na Europa", afirma Karl Weyeneth, presidente e CEO da Hellmann para as Américas. "Consideramos mais importante hoje ter uma única infra-estrutura de TI, para que os dados sejam colocados no sistema e, uma vez feito o embarque, não seja necessário reinserir estes mesmos dados no local de desembarque. Nossa estratégia é oferecer um serviço customizado, de acordo com as necessidades do cliente", confirma Hellmann.
No primeiro semestre de 2005, o crescimento mundial da empresa foi de 20% e, especificamente no Brasil, este número foi de 25%. No ano passado, foram operadas pela Hellmann 24 mil cargas no País e a previsão inicial era chegar a 34 mil cargas em 2005, mas a empresa deve atingir um total entre 26 e 28 mil cargas.
O maior cliente da Hellmann no Brasil hoje é a Petrobras, mas o principal mercado atendido é o automotivo. A empresa dispõe de um serviço especialmente desenhado para o segmento, o HAL (Hellmann Automotive Logistics), com soluções incluindo desde o gerenciamento da cadeia de suprimentos até a distribuição física dos produtos. O serviço foi implantado no Brasil em 2002. "Conseguimos um número expressivo de clientes aqui. Temos na Alemanha um centro de consolidação e, como os fornecedores de peças para as montadoras mexicanas, brasileiras e sul-africanas são geralmente os mesmos, é mais prático unificar as atividades e enviar, por exemplo, somente um caminhão para um determinador fornecedor a fim de recolher a carga que se destina a vários países", explica Kohl. O serviço no Brasil termina com a entrega da carga na planta no cliente, ficando a operadora responsável também pelo desembaraço nos portos.