A Maersk Line, empresa global de transporte marítimo, divulgou balanço referente ao terceiro trimestre desde ano. Segundo a empresa, o comércio exterior brasileiro mostra sinais de recuperação com as importações sinalizando uma moderada melhora mensal e as exportações atingindo seus níveis de crescimento mais altos desde que a Maersk Line iniciou seus relatórios trimestrais em 2012.
As importações ensaiam uma retomada no segundo trimestre, terminando junho com -13%, após atingirem seus piores níveis em sete anos no primeiro trimestre, quando chegou a -31%, comparados ao mesmo período de 2015. “Estamos vendo uma demanda crescente pela exportação de nossos produtos e acreditamos que as importações continuarão a crescer durante o resto do ano, mesmo quando se trata de uma base muito baixa. É muito cedo para celebrar e, provavelmente, teremos de esperar até 2017 para ver verdadeiros sinais de melhora”, diz Antonio Dominguez, diretor Superintendente da Maersk Line para o Cluster da Costa Leste da América do Sul. “Um número considerável de indústrias está repondo seus estoques, algo que não víamos há alguns trimestres”, acrescenta.
No lado das exportações, particularmente nos bens refrigerados, os produtos de proteína animal continuam a demonstrar crescimento saudável, com 13% em abril, 8% em maio e 1% em junho em comparação com os mesmo períodos de 2015, o que deve permanecer ao longo de 2017. “Esperamos que esse crescimento contínuo pressione a indústria da navegação a oferecer mais contêineres e espaço nos navios, uma vez que as carnes bovina, de frango e de porco tiveram, juntas, um crescimento de 12% na comparação com o mesmo período do ano passado”, diz Nestor Amador, diretor Comercial da Maersk Line no Brasil. Os dados sobre o comércio por contêineres são providenciados à Maersk Line pela Datamar.
Embora o crescimento das exportações tenha diminuído em relação ao trimestre anterior, elas encontram-se agora em níveis recordes desde que os relatórios comerciais da Maersk Line começaram a ser produzidos, em 2012. “A apreciação do Real contribuiu pouco para a desaceleração das exportações, os produtos brasileiros continuam competitivos e há novas oportunidades em algodão, frango, bovinos, plásticos e açúcar, principalmente para os mercados asiáticos”, diz João Momesso, diretor de Trade e Marketing da Maersk Line para o Cluster da Costa Leste da América do Sul. “O verdadeiro gargalo para as exportações é a ausência de navios na costa brasileira e isso não mudará até que as importações se recuperem totalmente. Infelizmente, não vemos isso acontecer antes de 2017”, acrescenta.