Operador logístico dobrou movimentação para o país vizinho, índice registrado no último mês de setembro
A América Latina Logística (ALL) informa que dobrou a movimentação para a Bolívia, passando de 7,5 mil toneladas por mês no primeiro semestre de 2006 para 15 mil toneladas em setembro deste ano. O transporte das cargas industrializadas conta com uma estrutura intermodal – há a integração do transporte ferroviário com o rodoviário – que visa disponibilizar as mercadorias no país vizinho após serem embarcadas nas composições no Terminal Intermodal de Bauru (SP). E a meta para o final do ano já está traçada: alcançar 20 mil toneladas/mês no fluxo.
A operação consiste na captação da carga diretamente na planta dos clientes, utilizando o modal rodoviário, para serem transportadas até o terminal da cidade paulista. Lá, a carga é transferida e segue por ferrovia até a fronteira com a Bolívia. Todo o trâmite alfandegário é realizado pela própria operadora logística. A entrada dos vagões na Bolívia é realizada em parceria com a Ferrovia Oriental, que os retira em Corumbá (MS) e os leva até Quijarro, na Bolívia. Somente no Brasil, são percorridos 1.300 km e o tempo de viagem completo da carga é de uma semana.
O gerente de negócios industrializados da ALL, Bruno Lino, demonstra a alteração operacional promovida pela companhia. “A diferença entre o serviço realizado anteriormente e o nosso é que nós captamos a carga do cliente em qualquer local. Oferecemos a logística do transporte rodoviário até Bauru, quando a carga é colocada em vagões e segue para a Bolívia”, explica.
A captação de produtos para retorno da Bolívia para o Brasil também faz parte da estratégia. Neste caso, a empresa também fornece todo suporte logístico, levando, inclusive, a carga até o terminal do cliente. Hoje, no caminho contrário, são transportadas duas mil toneladas/mês.
Lino informa que os principais produtos transportados são os siderúrgicos e bens de consumo na ida e minério boliviano na volta. O executivo faz uma ressalva. “Estamos abertos ao transporte de praticamente todo o tipo de cargas. Para isso, possuímos um Centro de Projetos de Vagões, com pessoal qualificado para desenvolver ativos para o transporte de qualquer tipo de produto”, diz.
Investimentos
Para aumentar os índices transportados, a ALL investiu em tecnologia, manutenção da via permanente, além de destinar verbas para a reforma de vagões e locomotivas. Para este ano estão previstos investimentos de R$ 550 milhões em toda a malha. Serão recuperadas 40 locomotivas e 1.800 vagões da frota desativada da antiga Brasil Ferrovias Ferroban, Ferronorte e Novoeste – , além da troca de 20 mil toneladas de trilhos e instalação de 340 detectores de descarrilamento. De junho a dezembro do ano passado, a empresa investiu R$ 120 milhões no trecho.
Algumas ações já estão definidas. Até o final de 2007, 130 mil dormentes serão trocados na malha entre Bauru e Corumbá. Além disso, também serão efetuados serviços como nivelamento das linhas e colocação de lastro (pedra britada). Para 2008, a previsão a é de que sejam substituídos os trilhos de grande parte do trecho, além da troca de outros 130 mil dormentes.
As locomotivas também foram modernizadas. A companhia instalou computadores de bordo, o que permite maior controle e segurança na condução. Em tecnologia, serão investidos neste ano cerca de R$ 14 milhões, a serem empregados na implementação e instalação da segunda versão do computador de bordo de locomotiva (CBL) e do translogic, do sistema de via permanente e do centro de controle de pátios, em 20 novos pátios.
Os investimentos já apresentam os primeiros resultados. Números divulgados pela companhia dão conta que, quando a ALL adquiriu o controle da Brasil Ferrovias, no final de maio de 2006, eram registrados cerca de 170 acidentes para cada milhão de quilômetro percorrido pelo trem. Hoje, este índice caiu para 45.