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Frotas eletrificadas: tendência para um futuro próximo ou para o presente?

Por Joiandro da Silva Carvalho em 1 de abril de 2024 às 14h50
Joiandro da Silva Carvalho

A temperatura média global nos últimos doze meses, de março de 2023 a fevereiro de 2024, atingiu a marca mais elevada já registrada, segundo cientistas do observatório europeu Copernicus. A pegada de carbono e mudanças climáticas estão no centro das discussões, dada a necessidade de adoção de medidas práticas para conter o avanço dos desgastes causados ao planeta pelas empresas. Em resposta, corporações desenvolvem estratégias de redução de impacto ambiental, buscando mais sustentabilidade dos negócios. Mas como tornar isso possível quando as atividades estão tradicionalmente ligadas a geração de gases poluentes, como é o caso do setor de transporte? Como a lâmpada que se acende a cada ideia genial, a resposta pode estar na eletricidade.

A degradação ambiental em escala global está atrelada à exploração irresponsável e desenfreada de recursos naturais e à pouca preocupação com a emissão de gases na atmosfera. Tudo começou com a Revolução Industrial que estabeleceu as bases tecnológicas e econômicas, possibilitando o desenvolvimento e a produção de automóveis em larga escala. Assim se deu o crescimento da utilização de veículos de passeio e de caminhões de transporte de cargas com motores à combustão abastecidos com combustíveis fósseis, que geram gases altamente poluentes até hoje.

Precisou de pouco mais de um século para os impactos da emissão desses gases causarem sérios danos à camada de ozônio, o que é assustadoramente rápido quando comparamos com os bilhões de anos da Terra. Isso está relacionado a muitos fatores. Um deles é a idade média das frotas, que no Brasil, por exemplo, pode chegar a quase 30 anos, no caso dos caminhões. Os veículos mais recentes contam com sistemas evoluídos que trabalham para diminuir a poluição. O próprio combustível fóssil evoluiu para que hoje polua menos, mas ainda polui. Enquanto isso, o relógio do clima não para.

Em paralelo, a eletrificação dos veículos tem avançado e caminhado para se tornar uma realidade que muitos insistem em não aceitar, mas que já está acontecendo. Há algum tempo, pensar em carros elétricos parecia um tanto quanto futurístico, mas há países anunciando o plano com data marcada para extinguir veículos movidos a gasolina ou diesel, com o objetivo de acelerar a adoção dos elétricos. Há regiões implementando regulamentações mais rigorosas em relação às emissões veiculares, e a eletrificação da frota pode ajudar as empresas a cumprir essas normas e evitar penalidades. Essa conversa não pode ficar para amanhã.

A solução oferecida pela eletrificação das frotas se alinha aos interesses dos negócios que se preocupam com a sua sustentabilidade. Uma pesquisa publicada no Conselho Internacional de Transporte Limpo apontou que os carros elétricos com bateria de tamanho médio emitem entre 60% e 75% menos carbono que os veículos comuns com motor de combustão durante toda sua vida útil. Isso contribui para a melhoria da qualidade do ar nas áreas urbanas e para as metas de redução de pegada de carbono, permitindo alinhamento aos compromissos ambientais.

Em uma escala maior, os carros elétricos ajudam a diversificar a matriz energética, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e contribuindo com a transição para fontes de energia mais limpas e renováveis. Do ponto de vista dos negócios, a transição para uma frota elétrica pode ser vista como parte de uma estratégia mais ampla de sustentabilidade corporativa, que demonstra responsabilidade e o atendimento a demandas crescentes por práticas de negócios mais ecológicas.

Além disso, os motores elétricos, no geral, contam com conversão de energia mais eficiente em relação aos motores a combustão interna. Ou seja, uma maior porcentagem da energia armazenada nas baterias é convertida em movimento, resultando em maior eficiência energética, se comparado aos motores de combustão. Em muitos casos, os custos operacionais dos carros elétricos também são menores, já que a eletricidade, geralmente, é mais barata do que a gasolina ou o diesel. Esses carros têm menos peças móveis sujeitas a desgaste, impactando redução das despesas de manutenção. E, por fim, os motoristas podem contam com uma experiência de condução mais tranquila, uma vez que os motores elétricos são geralmente mais silenciosos do que os motores a combustão.

Dados os benefícios dessa inovação, a eletrificação de frotas está sendo incorporada em diferentes segmentos e aplicações, até mesmo aos carros-fortes. O que reforça a tendência de que o motor à combustão tenha menos força em relação a opção mais limpa: o elétrico.

As discussões são muitas e as opiniões também, mas o fato é que os veículos elétricos têm ganhado espaço no cenário e podem se apresentar como soluções de inovação para os negócios. São muitos os olhares voltados para essa tecnologia e ainda maiores os avanços que deve alcançar nos próximos anos, contribuindo para a sua implementação em diferentes mercados. Você pode até resistir, mas o veículo elétrico já é real e não está somente nos filmes de ficção científica. 

 

Joiandro da Silva Carvalho é gerente executivo de inovação e infraestrutura da TBForte, empresa de transporte de valores do Brasil que tem em sua frota carros-fortes 100% elétricos, além de carros-fortes sustentáveis, com placa solar

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