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Inteligência logística: a conexão para o futuro

Por André Pimenta em 8 de agosto de 2022 às 9h33 (atualizado às 9h35)
André Pimenta

Os últimos dois anos de isolamento social imposto pela pandemia impulsionaram o comportamento digital de forma significativa. Especialistas estimam que as mudanças comportamentais que ocorreram nesse período adiantaram a transformação digital em até uma década. Novos hábitos de consumo e preferências apenas aceleraram um movimento que já se mostrava exponencial, exigindo adequações rápidas e significativas não apenas para os mercados de e-commerce e delivery de alimentos. 

A logística de transporte de cargas também se beneficia da tecnologia para aprimorar o serviço prestado, gerando confiabilidade e otimização de custos. É o que se convencionou chamar de logística 4.0, conceito que representa a passagem do modelo de trabalho com sistemas analógicos e desintegrados para a era da hiper conectividade, que promete revolucionar toda a cadeia de fornecimento dentro e fora de empresas comerciais e instalações de produção, até o controle descentralizado em tempo real das redes logísticas. A transformação digital, especialmente a rede de processos logísticos, proporciona mais transparência nas cadeias de abastecimento e expedição. No longo prazo, especialistas e entusiastas afirmam que até a própria carga poderia se tornar inteligente e organizar seu próprio transporte de forma autônoma, processo que poderia ser supervisionado à distância por meio de dados armazenados na nuvem.

De acordo com estudo da Ernst & Young (EY), em 2022, é esperado um crescimento de 8% na demanda global de operadores logísticos no mundo. O mesmo levantamento aponta que uma prioridade para os líderes das indústrias é a desintermediação e o compartilhamento de fretes com aplicativos para Oferta, Tracking, Pagamento, Confirmação de Entrega e Fidelização. Para atender a essa necessidade, as empresas de logística devem atuar dentro do conceito de Digital Logistics, que preza pela convergência entre operações logísticas e a tecnologia. Isso é impulsionado especialmente pela nova geração de aplicativos na web que permitem colaboração e otimização.

Pré-requisito para tornar essa tendência realidade é a utilização de plataformas logísticas que permitam a gestão e mapeamento de processos de forma integrada. Idealmente, os terminais móveis só precisam estar equipados com um aplicativo vinculado a essa plataforma, que encaminha documentos digitais diretamente para os motoristas, clientes assinam digitalmente, enquanto papéis são arquivados automaticamente no sistema do remetente. Ao mesmo tempo, a função GPS dos dispositivos móveis pode ser usada para localizar a posição do veículo de transporte em tempo real, permitindo registro de todas as interações com os clientes a fim de garantir a confiabilidade e excelência no serviço prestado. Ademais, de acordo com estimativas do setor, a transformação digital e a automação podem aumentar a produtividade logística em, aproximadamente, 30%.

Há uma ampla gama de tecnologias inovadoras disponíveis e novas soluções são desenvolvidas quase que diariamente a fim de atender as mais diversas necessidades do mercado logístico. No centro da futura logística 4.0 estão os Sistemas Ciber-Físicos (CPS), que incluem sistemas embarcados como equipamentos, edifícios e meios de transporte, bem como processos de logística, coordenação e gestão e serviços digitais. As principais funcionalidades desse tipo de ferramenta contemplam:

  • Captura de dados físicos por meio de sensores e influenciar processos físicos por meio de atuadores;
  • Avaliação e armazenamento de dados coletados e interação de forma ativa ou reativa com o mundo digital e físico;
  • Acesso a dados e serviços disponíveis globalmente, conforme necessário.

Para tal, os CPS possuem interconexão por meio de redes digitais e também diversas interfaces multimodais entre homem e máquina, que oferecem amplas possibilidades diferenciadas e dedicadas de comunicação e controle.

Independentemente da automação e dos benefícios trazidos pela transformação digital na logística, o fator humano e sua valorização permanecem como pontos centrais para o futuro em que pese o discernimento de que nem todos os processos podem ou devem ser automatizados. Por esse motivo, a inclusão dos profissionais do setor na estratégia de digitalização torna-se fundamental para garantir avanços assertivos e sólidos rumo a uma nova era logística.

Inteligência logística: a conexão para o futuro
André Pimenta, head da Motz
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