Uma cena, registrada essa semana, na imagem abaixo, liga um alerta para quem trabalha há muito tempo com o comércio exterior. O momento, com as cargas no pátio de aeronaves, remete ao boom de importação que ocorreu por volta do ano de 1994, no Brasil. A abertura comercial promovida no País nos idos de 1990, proporcionou um crescimento econômico, estimulando o comércio internacional e facilitando o ingresso de mercadorias estrangeiras em nosso mercado e em insumos.
Nesse período, com este crescimento desenfreado das importações brasileiras, as cargas ocupavam os espaços destinados ao estacionamento dos aviões, nos pátios dos aeroportos. Caixas eram perdidas nesses locais. Intempéries se incumbiam de acabar com o que sobrava. Os aeroportos, administrados pela Infraero naquele longínquo período, não conseguiam atender à demanda e construir armazéns para abrigar a carga excedente, por conta da falta de agilidade necessária, que esbarrava no engessamento das licitações enquanto empresa pública.
O cenário identificado, nesta semana, no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos (foto), fez lembrar os anos 90.
Um Informativo do SINDASP – Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo – que leva o nome Última Hora, trouxe 11 irregularidades em gargalos naquele Terminal Aéreo. A Entidade que representa essa importante categoria também divulgou em suas mídias sociais este fato, que transcrevemos aqui um trecho, haja vista que o documento é público:
A AGESBEC, em uma ação espontânea e em nome do mercado, se uniu a essas frentes e apoia também um documento do SETCESP - Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região, pedindo imediatas ações junto a GRU AIRPORT pela ausência de estrutura e profissionais, o que é inaceitável em épocas de fim de ano.
Infelizmente são em momentos como este que podemos observar o quanto ainda estamos atrasados na descentralização de cargas no Estado de São Paulo. Enquanto a estrutura do Aeroporto de Guarulhos está em colapso logístico, muitos Recintos de Zona Secundária de São Paulo estão com ociosidade.
Os Portos Secos sempre estiveram prontos e com infraestrutura e atrativos diversos para receber as cargas na importação e exportação, senão vejamos alguns pontos, como:
Espero sinceramente que o mercado e as autoridades passem a enxergar os Portos Secos com outros olhos. Com olhar de oportunidades de quem sempre esteve pronto para atender. Se não for no amor, que seja na dor.
*Ricardo Drago – Presidente do Grupo AGESBEC