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Exxon enfrenta processos pela inviabilidade da reciclagem dos plásticos

Por Paulo Roberto Leite em 2 de outubro de 2024 às 11h13
Paulo Roberto Leite

Em diversos artigos anteriores, citamos a pesquisa do Center For Climate Integrity (“The Fraud of Plastic Recycling” ) publicada em 2024 com dados coletados desde 1950 sobre o comportamento mercadológico e publicitário das empresas petroquímicas, indústrias de plástico e suas associações nos Estados Unidos.  

Esse relatório, que complementa outros de anos anteriores, conclui que as empresas destes setores iludiram os consumidores afirmando que a reciclagem de plástico era viável. “No entanto, um conjunto crescente de evidências confirma que a maior parte da reciclagem de plástico – sob qualquer forma – não é viável agora e nunca foi” (tradução livre de © 2024 Center for Climate Integrity)

Richard Wiles, presidente do Center For Climate Integrity, diz: “Assim como a Exxon sabia e mentia sobre como seus produtos de combustíveis fósseis causam mudanças climáticas, o poluidor também sabia e mentia há décadas sobre a realidade de que seus produtos plásticos nunca poderiam ser reciclados em escala”.

Esses relatórios e comprovações começam a provocar uma série de reações através de abertura de processos judiciais, em diferentes Estados dos Estados Unidos, como na Califórnia, Massachusetts etc., seja pela promotoria dos Estados seja por ações de organismos diversos. Muitas dessas ações também estão sendo abertas em outros países. Já publicamos algumas notícias sobre os processos em andamento e em alguns casos sobre as “explicações” das empresas envolvidas e que não foram aceitas pelas muitas esferas judiciais americanas.

O problema da baixa reciclagem dos plásticos comuns é sabidamente um dos maiores da sociedade moderna pela geração de poluição ao meio ambiente em todas as partes. Acrescentaria, coadjuvante importante no crescimento do problema ambiental que a civilização está enfrentando nos dias de hoje.

Os plásticos foram desenvolvidos nos idos de 1930, tendo o seu consumo se disseminado de forma exponencial a partir da segunda guerra mundial. Com características adequadas a diversos usos, leve, barato e de fácil de formatação e coloração para diferentes fins, foi facilmente absorvido pelas diferentes indústrias e pela sociedade em geral. 

Na indústria de embalagem tem seu principal uso, cerca de 50% do total produzido, ou seja, produtos de baixo ciclo de vida e em grande parte constituídos de multicamadas de plásticos ou outros componentes. Sob o ponto de vista do reaproveitamento apresenta o ciclo de vida baixo, alta descartabilidade, baixo valor como resíduo sólido, peso baixo, alto volume, reciclável somente uma vez com grande perda de suas propriedades ainda dificultada pelas multicamadas.

Ao longo do tempo tem-se comprovado a absoluta inviabilidade da reciclagem dos plásticos comuns que poluem fortemente o meio ambiente mundial, evidenciado pelas quantidades ínfimas de sua reciclagem desde o início de suas fabricações, ou seja, mais de 70 anos. 

Com todos esses processos sendo abertos em diversas partes do mundo, parece que finalmente as empresas destas cadeias de suprimentos deverão olhar com mais atenção para este problema e buscar soluções duradouras, com outros materiais realmente recicláveis ou reduzir sua produção e utilização. Vamos acompanhar o desenrolar desses processos e as reações empresariais!
 

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