O consumo mundial de carnes está passando por uma transformação significativa, impulsionado por fatores como custo, mudanças nos hábitos alimentares e preocupações ambientais. Na América Latina, onde o mercado de carnes é extremamente diversificado, essas mudanças representam desafios e oportunidades para as empresas de logística, que precisam se adaptar rapidamente para atender às novas demandas do setor e dos consumidores.
Nesse contexto, a cadeia de frio emerge como um pilar fundamental para garantir a qualidade, a segurança e a eficiência logística das proteínas animais, desde o armazenamento até a distribuição. Mas como a cadeia de frio pode responder a essas mudanças de forma sustentável e eficiente?
Primeiro, precisamos analisar os dados. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o consumo de carnes na América Latina reflete uma dinâmica única, com cada tipo de proteína ocupando um espaço específico no mercado:
- Frango: líder de consumo, representando 40% a 45% do total de carnes consumidas na região. Seu crescimento é impulsionado pelo custo acessível, versatilidade e percepção de ser uma opção mais saudável;
- Carne suína: com um crescimento médio de 2% ao ano, a carne suína tem ganhado espaço, especialmente em países como México e Brasil, onde é amplamente utilizada em pratos tradicionais e processados;
- Carne bovina: embora o consumo per capita esteja em declínio em alguns países, a carne bovina ainda é uma escolha tradicional em grande parte da região.
Tais informações nos mostram que a demanda por carnes na América Latina é diversificada e está em constante evolução, exigindo soluções logísticas que atendam às necessidades específicas de cada tipo de proteína.
Nesse sentido, a cadeia de frio é um fator extremamente decisivo para reduzir impactos ambientais e desperdícios, devendo oferecer soluções logísticas alinhadas às necessidades locais e globais que atendam à demanda de consumidores cada vez mais conscientes e diversificados.
Apenas para se ter uma ideia, de acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em conjunto com a FAO, a produção de carnes é responsável por uma parcela significativa das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE), com a carne bovina liderando esse ranking.
No entanto, a cadeia de frio pode contribuir para mitigar esses impactos por meio de investimento em infraestrutura e eficiência energética – reduzindo custos e impactos ambientais, implementando tecnologias emergentes para garantir o controle de temperatura e segurança alimentar, além de investir na expansão da infraestrutura de armazenamento refrigerado - essencial para prolongar a vida útil dos produtos e garantir o abastecimento diante de possíveis oscilações do mercado.
A evolução do consumo de carnes na América Latina reflete mudanças culturais, econômicas e ambientais que exigem uma resposta ágil e inovadora do setor logístico. O crescimento da demanda por proteínas mais sustentáveis, combinado com a necessidade de eficiência operacional, reforça a importância de uma cadeia de frio bem estruturada.
Empresas do segmento têm um papel essencial nessa transformação, oferecendo soluções inovadoras para garantir que carnes e outros produtos perecíveis cheguem aos consumidores com qualidade, segurança e menor impacto ambiental.
Ao compreender as nuances do mercado regional e investir em inovação, a logística refrigerada não apenas atenderá às demandas atuais, mas também se consolidará como uma peça-chave no futuro do setor de carnes na América Latina.