A cadeia de suprimentos (supply chain) é um dos pilares estratégicos para o sucesso operacional e financeiro de qualquer organização. Gerir adequadamente os processos que envolvem a movimentação e armazenamento de mercadorias, insumos e informações dentro da cadeia pode ser o diferencial competitivo de empresas que buscam maximizar eficiência, reduzir desperdícios e elevar a rentabilidade.
Um dos principais desafios do supply chain está na prevenção de perdas, assunto ainda novo para empresas logísticas de diversos portes e segmentos. Quando falamos de perdas no supply chain, estamos abordando uma gama ampla de eventos que impactam diretamente os resultados da empresa: furtos, roubos, extravios, avarias, erros operacionais, obsolescência de estoques, rupturas, custos logísticos excessivos e desperdícios.
Cada um desses fatores pode comprometer a sustentabilidade do negócio ao afetar uma ou mais das Perdas 360º, categorizadas como Estoques, Financeiras, Comerciais, Administrativas, Eficiência, Legais, Reputacionais e Dados. Por isso, a gestão de riscos e perdas precisa estar no centro das estratégias logísticas.
A pesquisa de perdas no varejo, realizada pela Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe) e a KPMG, revelou que as perdas no supply chain representam um impacto significativo nos custos operacionais das empresas. Entre as principais causas, destacam-se:
Dessa forma, a aplicação de metodologias robustas e a implementação de tecnologias emergentes são fundamentais para mitigar esses riscos.
Para abordar de maneira estruturada a prevenção de perdas dentro da cadeia de suprimentos, aplicamos o modelo do Pentágono de Perdas, que considera cinco elementos essenciais: Pessoas, Processos, Auditoria, Tecnologia e Indicadores.
1. Pessoas: capacitação e cultura preventiva
Os colaboradores que atuam diretamente na cadeia de suprimentos precisam ser treinados e engajados para garantir a execução dos processos conforme os padrões estabelecidos. A cultura da prevenção de perdas deve ser incorporada no DNA da organização, incentivando boas práticas e garantindo disciplina na execução das atividades.
Ações estratégicas:
2. Processos: padronização e controle rigoroso
A ausência de padronização nos processos logísticos é uma das principais causas de perdas. Implantar procedimentos bem definidos e garantir que sejam seguidos reduz significativamente os riscos.
Ações estratégicas:
3. Auditoria: acompanhamento e validação das operações
A auditoria contínua nos processos do supply chain permite identificar falhas e vulnerabilidades antes que se tornem problemas maiores.
Ações estratégicas:
4. Tecnologia: uso inteligente para controle e segurança
A tecnologia é um dos maiores aliados na redução de perdas no supply chain. Soluções avançadas garantem maior precisão na rastreabilidade, monitoramento e segurança operacional.
Ações estratégicas:
5. Indicadores: tomada de decisão baseada em dados
A mensuração contínua dos indicadores permite que a empresa tome decisões mais assertivas e otimize os processos para evitar perdas.
Ações estratégicas:
A prevenção de perdas na cadeia de suprimentos é um desafio que exige abordagem sistêmica e estruturada. Empresas que adotam boas práticas baseadas no Pentágono de Perdas e investem em pessoas, processos, auditoria, tecnologia e indicadores conseguem não apenas reduzir as perdas, mas também aumentar a eficiência operacional e elevar a rentabilidade.
Com uma visão holística e integrada, o supply chain pode ser um dos maiores diferenciais competitivos para as empresas, garantindo que cada elo da cadeia funcione de maneira otimizada e segura. Afinal, a Gestão de Riscos em Perdas Corporativas não é um custo, mas um investimento estratégico para o futuro do negócio.
*Anderson Ozawa é CEO da AOzawa Consultoria, especialista em governança Operacional e Corporativa, palestrante, consultor, professor da FIA Business School e autor do livro "Pentágono de Perdas: Transformando Perdas em Lucros"