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Ano novo, infra nova - o que esperar para infraestrutura logística em 2022?

Por Mariana Avelar em 1 de fevereiro de 2022 às 10h00 (atualizado em 18/05/2022 às 19h02)
Mariana Avelar

Com início de um novo ano, há expectativas de que sejam implementadas as medidas necessárias para maior eficiência ao setor de transporte, com objetivo de redução de custos logísticos e de incremento do fomento ao setor produtivo. No contexto de reação à crise global causada pela pandemia de coronavírus, essas ações tornam-se ainda mais importantes.

Para inaugurar nossa coluna no Portal Tecnologística, eu te convido para um sobrevoo em quatro aspectos relevantes para a infraestrutura de transporte e logística nacional: (1) agenda legislativa, (2) agenda regulatória, (3) pipeline de projetos públicos e (4) incremento do uso da autorização no setor ferroviário e portuário.

Aperte os cintos e venha comigo.

1.      Agenda legislativa: continuidade de movimento legislativo do Congresso Nacional

Antes de passar às expectativas para 2022, é preciso rememorar aspectos da legislatura anterior, com capacidade para influenciar as próximas pautas do Congresso Nacional.

No primeiro semestre de 2021 foi aprovada a Nova Lei de Licitaçõe e Contratos, relevante para os projetos públicos e também a Lei nº 14.157/2021 que estabelece condições para a implementação da cobrança pelo uso de rodovias por meio de sistemas de livre passagem, (free flow), que permite ao usuário realizar pagamento correspondente ao trecho efetivamente percorrido. Aguarda-se que as discussões para regulamentação dessas legislações avance em 2022.

No caso da legislação de licitações, há temor generalizado de que o excesso de apelo à lei à regulamentos infralegais aumente ainda mais a complexidade desse subsistema legislativo, nos três nívesi da federação. Já no caso do free flow, há expectativa pela introdução de regulação experimental pela ANTT, especialmente considerando a inserção do referido mecanismo no contrato de concessão da Nova Dutra.

No segundo semestre de 2021 foram aprovadas legislações relevantes para infraestrutura de transportes e logística. Desta-se em especial o Novo Marco das Ferrovias (Lei nº 14.273/2021), que trata dos diversos regimes jurídicos aplicáveis ao transporte e exploração de infraestrutura ferroviária e inova ao consagrar a possibilidade de autorização em regime de direito privado no setor.

Já em janeiro 2022, houve a sanção do aguardado projeto da BR do Mar (Lei nº 14.301/2022), propagandeado pelo governo federal como instrumento apto a atingir o objetivo “ampliar a oferta e melhorar a qualidade do transporte por cabotagem.

Tanto o Novo Marco Legal das Ferrovias quanto a BR do Mar sofreram vetos por parte da presidência da república.

Um dos pontos que mais gerou reação foi o veto à prorrogação do Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária (Reporto) até 2023. A mensagem de veto indicou que a “proposição legislativa incorre em vício de inconstitucionalidade e em contrariedade ao interesse público, pois implicaria em renúncia de receitas sem a apresentação da estimativa do impacto orçamentário e financeiro e das medidas compensatórias”.

Diante do veto, as  associações do setor portuário e ferroviário tem se mobilizado em prol de nova iniciativa para prorrogação do benefício,  sobretudo no contexto de novas concessões/ renovações antecipadas de concessões ferroviárias e do incentivo às autorizações no setor portuário e ferroviário, o que poderá ocorrer pela via do PL 4885/2016.

O incentivo à multimodalidade ganha destaque com PL 406/2021 que, objetiva alterar a Lei nº 12.815, de 2013, e a Lei nº 10.233, de 2001, para dispor a respeito da integração de portos organizados e terminais portuários de uso privado ao sistema nacional de vias terrestres.

Também chama atenção a Medida Provisória do Vôo Simples, com objetivo de simplificar regras aplicáveis ao setor aeroportuário. Dentre os principais objetivos da legislação estão a simplificação do Código Brasileiro de Aviação(CBA), a  revisão dos valores da taxa de fiscalização da aviação civil (TFAC), a conferência de maior autonomia 
à ANAC.

Ainda, destaca-se o recente envio ao Senado do projeto que cria das debêntures de infraestrutura, com capacidade para melhorar as condições de financiabilidade do setor de transporte e logística.

Outros projetos relevantes para infraestrutura de transporte e logística ainda estão em tramitação sem grandes avanços, como é o caso dos projetos que envolvem questões de eletromobilidade e o projeto de nova lei de concessões.

O iminente fim do recesso parlamentar será decisivo para avaliar as condições políticas para evolução da tramitação dessas iniciativas

2.      Agenda regulatória

Diversas pautas relevantes devem ser abordadas pelas principais agências reguladoras relacionadas ao setor de transporte, mormente da ANTT, ANTAQ e ANAC.

Merecem grande destaque a construção dos Regulamento de Concessões Rodoviárias (RCR) do âmbito federal, os diálogos de implementação do sistema free flow em rodovias, a regulamentação dos processos de autorização ferroviária e a adaptação do estoque regulatório à simplificação empreendida por essa legislação, e ainda, o regramento de critérios para aferição da abusividade na cobrança do SSE (Serviço de Segregação e Entrega) de contêineres, também chamado de THC2.

Conforme informações divulgadas pelas respectivas agências reguladoras, os seguintes temas de impacto serão objeto de avaliação durante o ano de 2022:

AgênciaSetor/infra reguladoTema a ser deliberado
ANTTTransportes terrestresRevisão do processo administrativo ordinário de que trata a Resolução nº 5.083, de 27 de abril de 2016
ANTTTransportes terrestresSandbox Regulatório
ANTTTransportes terrestresRegulamentação da adesão à Plataforma Consumidor.gov.br
ANTTRodoviasRegulamento Concessões Rodoviárias - bens, obras e serviços (RCR 2) e Adequação dos procedimentos de execução de obras e serviços (Resolução ANTT nº 1.187/2005)
ANTTRodoviasRegulamento das Concessões Rodoviárias (RCR 3) - equilíbrio econômico-financeiro
ANTTRodoviasRegulamento das Concessões Rodoviárias - fiscalização e penalidades (RCR 4)
ANTTRodoviasRegulamento das Concessões Rodoviárias - meios de encerramento contratual (RCR 5)
ANTTFerroviaRegulamentação da prestação de serviço adequado no âmbito das concessões ferroviárias
ANTTFerroviaRegulamentação das operações acessórias no transporte ferroviário de cargas
ANTTFerroviaRevisão das normas que disciplinam os procedimentos a serem adotados pelas Concessionárias de Serviços Públicos de Transporte Ferroviário de Cargas no transporte de produtos perigosos
ANTTFerroviaRevisão das normas que regulamentam a contratação e manutenção de seguros pelas Concessionárias de Prestação de Serviços Transporte Ferroviário de Cargas associados à Exploração da Infraestrutura
ANTTFerroviaRegulamentação sobre a reversibilidade de bens no âmbito das concessões ferroviárias
ANTTFerroviaRevisão das normas que disciplinam os procedimentos a serem seguidos pelas concessionárias de serviços públicos de transporte ferroviário na obtenção de autorização da ANTT para execução de obras na malha objeto da Concessão
ANTTFerroviaRegulamentação da destinação dos Recursos para Desenvolvimento Tecnológico - RDT e dos Recursos para Preservação da Memória Ferroviária - RPMF
ANTTFerroviaRegulamentação sobre faixa de domínio das concessões ferroviárias
ANTTTransporte Rodoviário e Multimodal de CargasRevisão da Regulação do Vale-Pedágio – Resolução ANTT nº 2.885/2008
ANTTTransporte Rodoviário e Multimodal de CargasRevisão da Regulação do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas – Resolução ANTT nº 4.799/2015
ANTTTransporte Rodoviário e Multimodal de CargasRevisão das instruções complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos
ANTAQNavegação interior

Simplificar o estoque regulatório da navegação interior

 

ANTAQTerminais de containersDesenvolver metodologia para determinar abusividade na cobrança de sobre-estadia de contêineres.
ANTAQTransporte marítimoAprimorar transparência na cobrança dos valores extra-frete e sobretaxas do transporte marítimo.
ANTAQPortosSistematizar mecanismo de análise e apuração de possíveis abusividades relacionadas com a cobrança de THC de usuários, por parte dos armadores que atracam em instalações portuárias brasileiras.
ANTAQTerminais de contêinersPadronização das rubricas dos serviços básicos prestados pelos terminais de contêiners e definição de diretrizes acerca dos serviços inerentes, acessórios ou complementares
ANTAQPortosDefinição de conceitos e indicadores de prestação de serviço adequado nos portos organizados e instalações portuárias
ANTAQPortosDefinição de critérios mínimos que orientem a contratação de seguro de responsabilidade civil e de acidentes pessoais para dar cobertura a suas responsabilidades como autoridade portuária e arrendatários (ou figuras análogas)
ANTAQPortosAnálise e diagnóstico da necessidade de regulação acerca da cobrança pela Autoridade Portuária, para o uso do ‘espelho d’água’ localizado nas áreas dos portos organizados
ANTAQTransportes e infra aquaviáriaRegulamentação do procedimento administrativo para harmonizar conflitos de interesse entre os agentes que atuam nos setores regulados pela ANTAQ, prevendo soluções diligentes.
ANTAQTransportes e infra aquaviáriaDisciplina dos Termos de Ajuste de Conduta – TACs a serem celebrados junto a esta Agência
ANACAeroportosDados da certificação de projeto relevantes para o ambiente operacional – RBAC 21
ANACAeroportos

Registro e cadastro de RPAS –

Subparte D RBAC-E 94 - programa voo simples

ANACAeroportos

Categorias de registro de aeronaves – Resolução nº 293/2013-  programa voo simples

ANACAeronaves

Requisitos Gerais para Aeronaves Não Tripuladas de Uso Civil – RBAC-E 94

ANACAeroportos

Coordenação e alocação de slots nos aeroportos coordenados – Resolução nº 338/2014

ANACAeroportosAcessibilidade de passageiros com necessidade de assistência especial (PNAE) ao transporte aéreo – Resolução nº 280/2013
ANACAeroportos

Processo de certificação operacional de aeroportos – RBAC 139

ANACAeroportos

Aeródromos - Operação e Manutenção baseada em análise de risco – RBAC 153

ANACAeroportos

Licenças, habilitações e certificados para pilotos – RBAC 61

ANACAeroportos

Revisão da atuação regulatória em relação aos operadores aeroagrícolas – RBAC 137

ANACAeroportos

Acesso ao mercado de distribuição de combustível de aviação

ANACAeroportos

Regulação de preços do mercado de armazenagem e capatazia de carga aérea importada e exportada

ANACAeroportos

Exigência de Compensação de CO2 de voos internacionais e redução das emissões pelo uso de combustíveis elegíveis ao CORSIA – Resolução 496/2018

ANACAeroportos

Segurança da Aviação Civil contra Atos de Interferência Ilícita para Operador de Aeródromo – RBAC 107

ANACAeroportosParticipação de Organizações em atividade de construção amadora de aeronaves

 

3.      Pipeline de projetos públicos e desestatizações

No nível federal e regional, há expectativa de continuidade no desenvolvimento de carteira de projetos relevantes para o setor de transporte e logística.

Em relação a rodovias, destaca-se a carteira de projetos do BNDES que contemplam projetos em ativos federais e estaduais – localizados sobretudo nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná.

No setor portuário, aguarda-se o prosseguimento do programa de privatização de autoridades portuárias, com destaque para o leilão da Companhia Docas do Espírito Santo (CODESA), marcado para 26 de março de 2022.

Segundo declaração de superintendente do BNDES, não se espera grande número de players no processo de desestatização da CODESA, com expectativa de formação de consórcio entre operadores locais e investidores financeiros.

O processo funcionará como teste para o futuro processo de desestatização  da Codeba e da concessão do Porto de Santos, que segue em fase de estruturação.

A medida mais recente  no caso do Porto de Santos foi a emissão de portaria que  estipula nova poligonal par a expansão do porto público, quase duplicando a área seca sob administração da Santos Port Authority (SPA) de 8 km² para 15,5 km²:

Ano novo, infra nova - o que esperar para infraestrutura logística em 2022?
Fonte: https://www.portodesantos.com.br/2022/01/19/minfra-aprova-nova-poligonal-que-duplica-area-do-porto-de-santos/)

No caso dos aeroportos, aguarda-se o avanço da 6º e 7ª rodada de concessões aeroportuários, bem como a relicitação do aeroporto de Viracopos e de São Gonçalo do Amarante – precedentes de extremo relevo por seu ineditismo.

Para as ferrovias, destacam-se os projetos da FICO, Nova Ferroeste e – com maior grau de dúvidas, a Ferrogrão.

Os principais projetos qualificados no PPI podem ser consultados na tabela abaixo:

PROJETOSETORMODELOREUNIÃO 
6ª Rodada de Concessões Aeroportuárias - Blocos Sul, Norte I e CentralAeroportosConcessão Comum9ª Reunião 
7ª Rodada de Concessões Aeroportuárias - Blocos RJ/MG, SP/MS e Norte II (16 aeroportos)AeroportosConcessão Comum14ª Reunião 
PPP Aeroportos Regionais – Bloco AmazonasAeroportosParceria Público-Privada14ª Reunião 
Relicitação do aeroporto de Viracopos, Campinas/SPAeroportosConcessão Comum13ª Reunião 
Relicitação do aeroporto São Gonçalo do Amarante/RN (ASGA) em Natal/RNAeroportos

Concessão

Comum

13ª Reunião 
Concessão da EF-354 - Ferrovia de Integração Centro-oesteFerroviasConcessão Comum7ª Reunião 
EF-277 - Estrada de Ferro Paraná Oeste - FerroesteFerroviasDesestatização13ª Reunião 
EF-334 – Ferrovia de Integração Oeste-Leste – trechos II e IIIFerroviasConcessão Comum16ª Reunião 
Ferrovia EF-170 – MT/PA - FerrogrãoFerroviasConcessão Comum1ª Reunião 
Relicitação do Contrato de Concessão da Malha OesteFerroviasConcessão Comum14ª Reunião 
Apoio ao licenciamento ambiental do Pedral do Lourenço (Dragagem e Derrocamento da Via Navegável do Rio Tocantins)HidroviaLicenciamento Ambiental9ª Reunião 
Hidrovia Lagoa Mirim e Canal São Gonçalo/RSHidroviaConcessão Comum17ª reunião 
Canal de Acesso Aquaviário aos Portos de Paranaguá e Antonina/PRPortos

Concessão

Comum

16ª Reunião
Concessão do Porto Organizado de Itajaí/SCPortos

Concessão

Comum

13ª Reunião
Concessão do Porto Organizado de São Sebastião/SPPortosDesestatização9ª Reunião
Desestatização - Companhia Docas do Espírito Santo - CODESAPortosDesestatização3ª Reunião
Desestatização da Companhia Docas da Bahia (CODEBA) e dos Portos Organizados de Salvador, Aratu-Candeias e IlhéusPortosDesestatização14ª Reunião
Desestatização do Porto Organizado de Santos/SPPortosDesestatização10ª Reunião
ILH01 – Arrendamento de terminal múltiplo uso no Porto de Ilhéus/BA (granéis vegetais, sólidos minerais, carga e passageiros)PortosArrendamento17ª reunião
IMB05 – Arrendamento de terminal para movimentação e armazenagem de granel líquido no Porto de Imbituba/SCPortos

Concessão

Comum

16ª Reunião
IQI03 - Arrendamento de terminal no Porto de Itaqui/MAPortosArrendamento9ª Reunião
IQI11 - Arrendamento de terminal no Porto de Itaqui/MAPortosArrendamento9ª Reunião
Apoio ao licenciamento ambiental da BR-135/MG (trecho entre Manga/MG e Itacarambi/MG)RodoviasLicenciamento Ambiental11ª Reunião
Apoio ao licenciamento ambiental da rodovia BR-080/MTRodoviasLicenciamento Ambiental9ª Reunião
Apoio ao licenciamento ambiental da rodovia BR-135/BA/MG (trecho entre Barreiras/BA e Manga/MG)RodoviasLicenciamento Ambiental9ª Reunião
Apoio ao licenciamento ambiental da rodovia BR-158/MTRodoviasLicenciamento Ambiental10ª Reunião
Apoio ao Licenciamento ambiental da rodovia BR-174/RO/MTRodoviasLicenciamento Ambiental13ª Reunião
Apoio ao licenciamento ambiental da rodovia BR-242/MT (Trecho entre Querência e Santiago do Norte – Mato Grosso)RodoviasLicenciamento Ambiental9ª Reunião
Apoio ao licenciamento ambiental da rodovia BR-319/AM/RO (pavimentação do segmento central – KM 250 ao KM 655,70)RodoviasLicenciamento Ambiental9ª Reunião
Apoio ao licenciamento da rodovia BR-235/PE, trecho entre o Entroncamento BR-407(B) e a Divisa PE/BARodoviasLicenciamento Ambiental14ª Reunião
BR-040/DF/GO/MG - ConcessãoRodoviasConcessão Comum12ª Reunião
BR-060/153/262/DF/GO/MG (relicitação)RodoviasConcessão Comum17ª reunião

Em evento realizado em 26 de janeiro, Martha Seillier, secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos, declarou que a expectativa do governo é que os projetos da pasta ultrapassem a marca de R$ 1 trilhão em 2022, indicando a previsão de que 150 projetos  seriam leiloados em 2022, a representar cerca de R$ 340 bilhões em investimentos.

4.     A hora e a vez das autorizações? Ampliação da participação privada no setor portuário e ferroviário

A implementação do Programa Pró-Trilhos – previsto originalmente pela Medida Provisória nº 1.065/21,e ratificado pelo Novo Marco Legal das Ferrovias.

Conforme informações divulgadas pelo Ministério da Infraestrutura, “até o momento, o Ministério da Infraestrutura (Minfra) recebeu 76 requerimentos para construção e operação de ferrovias pelo regime de autorização, perfazendo 19 mil quilômetros de novas ferrovias privadas, cruzando 16 Unidades da Federação, e investimentos que ultrapassam R$ 224 bilhões. A expectativa é de que sejam criados 2,6 milhões de postos de trabalho diretos e indiretos, além da diminuição do custo de transporte, da emissão de CO² e a modernização da malha ferroviária nacional”.

O principal ponto de angustia que surge diante do grande número de pedidos de autorização  trata do  risco de ‘índices de mortalidade altos’, para projetos que não tiveram análise de pré-viabilidade adequada por parte dos empreendedores. Nesse caso, o papel da ANTT em arbitrar eventuais conflitos de viabilidade locacional será crucial para evitar que justos paguem pelos pecadores.

Destaca-se que um dos projetos com estruturação mais avançada iniciou antes mesmo do novo marco de autorizações. Trata-se da desestatização relacionada ao empreendimento Corredor Oeste de Exportação – Nova Ferroeste. O projeto já estava qualificado no PPI  desde 2020 e tem  extensão estimada de 1.370 km.

O contrato de autorização   foi assinado ainda em  2021 e pouco tempo depois, o IBAMA deu aceite ao estudo de impacto ambiental e o relatório de impacto ambiental elaborados por consultorias contratada via PPI,  qualificando tais estudos ao processo de audiência pública e análise de mérito.

O projeto tem tudo para funcionar como piloto de interações entre iniciativa pública e privada na estruturação dessa espécie de projeto.

Estas são algumas pautas que, acredito, marcarão o ano de 2022. Torço por um ano de muito trabalho e movimento.

Ano novo, infra nova - o que esperar para infraestrutura logística em 2022?

Mariana Avelar é advogada na Manesco Advogados, doutoranda em Administração Pública e Desenvolvimento Estratégico e professora na PUC-MG e no Ibmec.

 

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