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Desafios climáticos: como o setor de logística se prepara para a Black Friday e o Natal

Por Paulo Sarti em 14 de outubro de 2024 às 10h10
Paulo Sarti

A poucas semanas do início da principal temporada de vendas para o comércio, o setor de logística volta a lidar com desafios e incertezas impostos pela crise climática. O Amazonas, por exemplo, um dos principais polos da indústria brasileira, sofre novamente com a seca dos rios, elementares para escoar a produção, principalmente de artigos eletrônicos, às demais regiões do País. Para evitar quebras na cadeia de suprimentos durante datas importantes como a Black Friday e o Natal, os operadores logísticos devem atuar de maneira planejada e preditiva.

 

O primeiro passo é contar com soluções tecnológicas efetivas e ter a capacidade de analisar de forma precisa os dados coletados. O uso de ferramentas baseadas em inteligência artificial e machine learning já é uma realidade – permite que os emissores vejam, a qualquer momento, o que está acontecendo em todos os pontos da cadeia de suprimentos (níveis de inventário, potenciais atrasos etc.), reduzindo riscos de quebras ou interrupções. A tendência, aliás, é que novas tecnologias estejam cada vez mais presentes na operação logística: 90% dos emissores afirmam que isso é fundamental para o crescimento dos negócios, de acordo com a edição mais recente do estudo Third-Party Logistics, liderado por John Langley, professor da cadeia de suprimentos da Penn State University.

 

Em períodos de maior demanda, de variações sazonais na produção ou de dificuldades logísticas causadas por eventos climáticos, ter um WMS (Warehouse Management System, ou Sistema de Gerenciamento de Armazém) robusto e adaptável é indispensável. A análise contínua das movimentações de estoque ao longo do tempo pode ser traduzida em novas regras e instruções, que aprimoram a gestão das cargas em todo o ciclo logístico.

 

Outra medida que pode ser adotada por operadores logísticos em períodos como a Black Friday é a otimização do espaço de armazenamento, a partir, por exemplo, da aceleração da separação de pedidos. Uma das alternativas é implantar sistemas que coloquem o estoque em locais de grande volume primeiro e, em seguida, direcionem a mercadoria para lugares em que seja possível recolher pedidos no nível do solo, aumentando a velocidade da coleta. Outra opção são os armazéns multiclientes, que permitem a uma empresa elevar pontualmente seu espaço de armazenagem e a equipe dedicada, compartilhando os custos com outras companhias alocadas em um único centro de distribuição.

 

A eficiência deve ser estendida para as rotas, reduzindo os impactos ambientais do transporte de cargas e, também, os custos desnecessários. Otimizar os trajetos elimina quilômetros que seriam percorridos sem necessidade, diminui o consumo de combustível e, consequentemente, a emissão de poluentes.

 

Por falar em custos, é imprescindível contratar operadores logísticos que ofereçam seguros contra sinistros e eventuais atrasos na entrega dos produtos. É essencial ter cobertura para imprevistos em épocas como o Natal, em que o aumento da demanda exige ainda mais precisão de prazo em todas as fases produtivas.

 

Resiliência e flexibilidade são as palavras de ordem na logística atual e do futuro. As mudanças climáticas devem causar cada vez mais situações inesperadas, em que o papel de um bom operador logístico será fundamental para adaptar de maneira ágil e eficiente todas as etapas da cadeia, sem prejuízos para a indústria e o consumidor final.

 

Por Paulo Sarti, diretor-presidente da Penske Logistics Brasil

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